Entro na padaria louco para comer um pão na chapa e um chocolate batido.
- Sem açúcar! Não posso esquecer de pedir senão o achocolatado vai ficar melado pacas!
São 10h da manhã e estou com um pouco de pressa. Hoje vou comer no balcão, só espero que não esteja cheio. Beleza. Tem lugar e o que é melhor: não ficarei grudado ao lado de ninguém. Só há duas pessoas, com três bancos separando bem no meio deles. Claro que vou sentar no meio. Odeio comer com receio de tocar ou ser tocado por estranhos.
Do lado esquerdo, ela. Uma bonita mulher, com seus prováveis 35 anos. Calça jeans, salto alto marrom, óculos escuros servindo de tiara e uma blusa de lã. Realmente a temperatura não está lá tão alta, mas um casaco é sempre bem-vindo.
À direita, um cara com cara de poucos amigos. Branco, gordo-forte, camiseta branca hering tamanho GGG, calça jeans, cabelo totalmente raspado e cavanhaque. Poderia jurar que já o vi em alguma boate. Ele, com certeza, era um dos seguranças. Mas é melhor deixar para lá. Não vou ficar encarando muito não. Só quero o meu pãozinho na chapa e o chocolate. Sem açúcar!
A balconista chega perto de mim e, antes de eu falar qualquer coisa, já pergunta se vou querer o tradicional chocolate sem açúcar.
- Porra, como é bom chegar em um lugar e a pessoa já te conhecer. Sem querer fazer propaganda gratuita, mas isto não tem preço.
Peço o pão direto para o chapeiro que faz positivo com a cabeça enquanto acaba de completar a metade de cima de um X-Salada. Epa! Não pode ser! Um X-Salada? Caraio, mas são só 10h da manhã! Acho que realmente o gordinho branquela é segurança e deve ter terminado agora o turno. Não vou nem me virar para conferir. Um cara que come um X-Salada de padoca de manhã, com certeza, não vai querer que alguém o fique encarando, ainda mais logo cedo.
O chapeiro arruma o sanduíche, corta pela metade, bota no prato com o guardanapo que maconheiro adora e vai entregar o sanduba. Pra ela! Cacete! Ela quem pediu? Não pode ser! Acho que vai esperar o namorado/marido/filho chegar. Ele deve estar no banheiro. Não, ela já prepara a mordida, quando pára. Ufa! Acho que percebeu o engano. Então, vira para o chapeiro e solta:
- Tem catchup e mostarda?
À minha direita, o gordinho simpático acaba de tomar o seu cafezinho e o meu chocolate batido chega na sequência.
- Você botou açúcar?, pergunto.
- Não, responde enfática a balconista.
- Então, pode botar! E muito!
- Sem açúcar! Não posso esquecer de pedir senão o achocolatado vai ficar melado pacas!
São 10h da manhã e estou com um pouco de pressa. Hoje vou comer no balcão, só espero que não esteja cheio. Beleza. Tem lugar e o que é melhor: não ficarei grudado ao lado de ninguém. Só há duas pessoas, com três bancos separando bem no meio deles. Claro que vou sentar no meio. Odeio comer com receio de tocar ou ser tocado por estranhos.
Do lado esquerdo, ela. Uma bonita mulher, com seus prováveis 35 anos. Calça jeans, salto alto marrom, óculos escuros servindo de tiara e uma blusa de lã. Realmente a temperatura não está lá tão alta, mas um casaco é sempre bem-vindo.
À direita, um cara com cara de poucos amigos. Branco, gordo-forte, camiseta branca hering tamanho GGG, calça jeans, cabelo totalmente raspado e cavanhaque. Poderia jurar que já o vi em alguma boate. Ele, com certeza, era um dos seguranças. Mas é melhor deixar para lá. Não vou ficar encarando muito não. Só quero o meu pãozinho na chapa e o chocolate. Sem açúcar!
A balconista chega perto de mim e, antes de eu falar qualquer coisa, já pergunta se vou querer o tradicional chocolate sem açúcar.
- Porra, como é bom chegar em um lugar e a pessoa já te conhecer. Sem querer fazer propaganda gratuita, mas isto não tem preço.
Peço o pão direto para o chapeiro que faz positivo com a cabeça enquanto acaba de completar a metade de cima de um X-Salada. Epa! Não pode ser! Um X-Salada? Caraio, mas são só 10h da manhã! Acho que realmente o gordinho branquela é segurança e deve ter terminado agora o turno. Não vou nem me virar para conferir. Um cara que come um X-Salada de padoca de manhã, com certeza, não vai querer que alguém o fique encarando, ainda mais logo cedo.
O chapeiro arruma o sanduíche, corta pela metade, bota no prato com o guardanapo que maconheiro adora e vai entregar o sanduba. Pra ela! Cacete! Ela quem pediu? Não pode ser! Acho que vai esperar o namorado/marido/filho chegar. Ele deve estar no banheiro. Não, ela já prepara a mordida, quando pára. Ufa! Acho que percebeu o engano. Então, vira para o chapeiro e solta:
- Tem catchup e mostarda?
À minha direita, o gordinho simpático acaba de tomar o seu cafezinho e o meu chocolate batido chega na sequência.
- Você botou açúcar?, pergunto.
- Não, responde enfática a balconista.
- Então, pode botar! E muito!
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