Tema da redação: Minhas férias
Professora: Sônia
5a. série B
As férias é um bom período para aprender as verdades. E há algumas verdades que nossas mães ensinam e outras que aprendemos na rua. “Na rua”, por sinal, é um termo próprio delas. O “na rua” queria dizer: lugar de gente perigosa, de assassinos que queriam atropelar todas as crianças, onde ficavam os monstros que adoravam comer criancinhas e onde estranhos aproveitavam para dar doces aos jovens. Enfim, era onde aprenderíamos o que há de pior na vida.
E tudo aquilo tinha o seu fundo de verdade. Assim como só podíamos entrar na piscina exatamente duas horas depois do almoço senão iria vomitar todo o almoço. E comer bolo quente? Era dor de barriga na certa. Esta era algumas das verdades verdadeiras de nossas mães, coisas que nunca duvidamos, afinal elas eram os seres perfeitos. Lógico que havia exceção, como por exemplo o Vareta. Outro dia fui na casa dele e vi a mãe se beijando com o pai dele no elevador. Argh! Que vergonha! Minha mãe nunca fez isto. Deve ser por isto que o Vareta vai tão mal na escola ou como diz a minha mãe, “é um vagal”...
Vagal também é daqueles considerados por nossas mães aquele que assiste ao Xow da Xuxa inteiro. O cara que via tudo não tinha tempo para fazer lição de casa. E por falar em Xuxa, é outra que sempre estará no Hall dos Super-Heróis, como nossas mães (com exceção da mãe do Vareta). Ela também é perfeita. Sempre dizia as coisas certas, de respeitar os pais, de escovar os dentes, de dizer “obrigado” aos mais velhos, e até de lavar as mãos antes das refeições (ou isto era em algum programa da TV Cultura?).
Mas a mamãe não gosta muito da Xuxa. Para ela, a Xuxa é uma mulher que só diz besteira, apesar de quase tudo que a Xuxa fala, a mamãe também sempre fala. Mesmo assim, com a mamãe indo contra a Xuxa, a mamãe e a Xuxa são o sinal que o mundo era perfeito. Afinal, elas não são iguais às outras pessoas. Elas são perfeitas. Sempre ensinam as coisas que precisamos saber. A mamãe, por sinal, sempre faz a comida com o tempero certo, mostra que o chão vai machucar quando corro no corredor de casa.
Aliás, foi no corredor de casa que eu percebi a realidade do mundo. Um dia destes das minhas férias, quando corria pela casa, escutei um barulho vindo do banheiro. Achei estranho, porque só eu e a mamãe távamos em casa. Coloquei o ouvido perto da porta e escutei o mesmo ruído outra vez. Não acreditei, mas tinha sido pum. Cinco minutos depois, a mamãe saiu do banheiro e o meu mundo caiu. Mas também foi aí que eu percebi que todos nós pertencemos ao “na rua”.
Professora: Sônia
5a. série B
As férias é um bom período para aprender as verdades. E há algumas verdades que nossas mães ensinam e outras que aprendemos na rua. “Na rua”, por sinal, é um termo próprio delas. O “na rua” queria dizer: lugar de gente perigosa, de assassinos que queriam atropelar todas as crianças, onde ficavam os monstros que adoravam comer criancinhas e onde estranhos aproveitavam para dar doces aos jovens. Enfim, era onde aprenderíamos o que há de pior na vida.
E tudo aquilo tinha o seu fundo de verdade. Assim como só podíamos entrar na piscina exatamente duas horas depois do almoço senão iria vomitar todo o almoço. E comer bolo quente? Era dor de barriga na certa. Esta era algumas das verdades verdadeiras de nossas mães, coisas que nunca duvidamos, afinal elas eram os seres perfeitos. Lógico que havia exceção, como por exemplo o Vareta. Outro dia fui na casa dele e vi a mãe se beijando com o pai dele no elevador. Argh! Que vergonha! Minha mãe nunca fez isto. Deve ser por isto que o Vareta vai tão mal na escola ou como diz a minha mãe, “é um vagal”...
Vagal também é daqueles considerados por nossas mães aquele que assiste ao Xow da Xuxa inteiro. O cara que via tudo não tinha tempo para fazer lição de casa. E por falar em Xuxa, é outra que sempre estará no Hall dos Super-Heróis, como nossas mães (com exceção da mãe do Vareta). Ela também é perfeita. Sempre dizia as coisas certas, de respeitar os pais, de escovar os dentes, de dizer “obrigado” aos mais velhos, e até de lavar as mãos antes das refeições (ou isto era em algum programa da TV Cultura?).
Mas a mamãe não gosta muito da Xuxa. Para ela, a Xuxa é uma mulher que só diz besteira, apesar de quase tudo que a Xuxa fala, a mamãe também sempre fala. Mesmo assim, com a mamãe indo contra a Xuxa, a mamãe e a Xuxa são o sinal que o mundo era perfeito. Afinal, elas não são iguais às outras pessoas. Elas são perfeitas. Sempre ensinam as coisas que precisamos saber. A mamãe, por sinal, sempre faz a comida com o tempero certo, mostra que o chão vai machucar quando corro no corredor de casa.
Aliás, foi no corredor de casa que eu percebi a realidade do mundo. Um dia destes das minhas férias, quando corria pela casa, escutei um barulho vindo do banheiro. Achei estranho, porque só eu e a mamãe távamos em casa. Coloquei o ouvido perto da porta e escutei o mesmo ruído outra vez. Não acreditei, mas tinha sido pum. Cinco minutos depois, a mamãe saiu do banheiro e o meu mundo caiu. Mas também foi aí que eu percebi que todos nós pertencemos ao “na rua”.
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