- A mulher da minha vida estava bem na minha frente. Nariz com nariz, uma molécula, um átomo apenas nos separava. Depois da noite sem fim, e de um sono de um deus grego, eu estava com a oportunidade de me declarar, de poder dizer como foi boa aquela primeira noite. Gostaria que houvesse infinitas ocasiões como aquela, que ela me completava. Queria ter dito que ela fez-me sentir vivo para a vida de novo e até formar uma família, ter vários filhos (ou apenas um, como ela preferir). Poder falar que voltei a ter prazer em estar com alguém, de querer dividir os bônus e ônus, lucros e dividendos de qualquer relacionamento. Queria dizer a ela, simplesmente: ‘Você quer namorar comigo?’
- E por que você não falou?
- Como eu disse, havia acabado de acordar...
- E ela?
- Com roupa e toda pronta para ir embora, me deu um beijo na testa e senti aquele gosto da minha pasta dental no ar. Em seguida, ela desapareceu com uma carinha triste.
- Mas e você, o que você fez?
- Lamentei não estar dentro de um filme, de uma novela, com aquele ar de quem acorda sem remela no olho, com o cabelo escovado e com um sorriso no rosto. Estava, sim, com um baita bafo de cabo de guarda-chuva. Pô, eu havia acabado de acordar!
- E por que você não falou?
- Como eu disse, havia acabado de acordar...
- E ela?
- Com roupa e toda pronta para ir embora, me deu um beijo na testa e senti aquele gosto da minha pasta dental no ar. Em seguida, ela desapareceu com uma carinha triste.
- Mas e você, o que você fez?
- Lamentei não estar dentro de um filme, de uma novela, com aquele ar de quem acorda sem remela no olho, com o cabelo escovado e com um sorriso no rosto. Estava, sim, com um baita bafo de cabo de guarda-chuva. Pô, eu havia acabado de acordar!
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