Casamento e futebol

Nove anos de casamento. O décimo já estava bem próximo de acontecer, quando o destino colocou frente a frente uma das poucas diferenças que tinham: o futebol. A outra era que um deixava por último a melhor parte da comida. E o outro roubava do prato alheio.
Aylzo e Teresina se entreolharam. Havia quatro anos que os seus times se encontraram em um jogo decisivo pela última vez. E a situação não foi boa, mesmo com ele tendo assistido aquele duelo na casa da sua mãe e ela, no estádio.
- Mas meu filho. Se ela te irrita desta forma, por que continua junto dela? Ele nem se dava ao trabalho de responder.
Aylzo, porém, sabia que desta vez a situação estava mais crítica. Seu time já enfrentara o chamado fantasma do rebaixamento e seria mais complicado vencer o mais novo desafio. E ainda agüentar a gozação de Teresina.
Antes mesmo da partida, a primeira provocação:
- Você vai ao estádio ver o jogo?
- Vou.
- Tem certeza?
- Tenho. Humpf! – resmungou.
- Não esquece o celular, então, disse ela, com um sorriso irônico nos dois cantos da boca.
Chegou o dia do duelo. Na chegada, Aylzo quase caiu da arquibancada. Foi seguro pelo amigo, também sofredor. Sua equipe não viu a cor da bola, levou um baile, mas quando achou que a situação não poderia piorar, tocou o celular.
- Alô? Aylzo, sou eu, Te...
- Sim..., disse resignado.
- Viu quanto foi o jogo?
Antes de responder à pergunta que ele já sabia que ela sabia ter a resposta, teve uma idéia.
- Que bom que você ligou. Precisava mesmo ouvir a sua voz. Depois da vergonhosa atuação do meu time, só você mesmo para me dar o que preciso e mostrar que preciso valorizar mais ainda a minha vida, meu trabalho e, principalmente, minha mulher. Apesar de você querer tirar um sarro neste momento, eu preciso dizer algo que não digo faz um tempinho: eu te amo.
Teresina, emocionada, não sabia o que fazer. Ele quebrou as pernas dela. Ficou de boca aberta, assim como o amigo dele, que por alguns segundos se arrependeu de tê-lo segurado da arquibancada.
- Fica tranqüilo, cara. Não entreguei os pontos para ela. Foi só uma medida para evitar uma gozação até a segunda partida da final. Até lá, vou pensar em algo mais criativo. Ou terei que dormir na sua casa.

Comentários

FAFÁ disse…
essa terezinha é uma estúpida mesmo! dez anos de casamento e não sacou que foi jogada de marketing do marido!!!???
o_argentino disse…
Se ele se dá ao trabalho de discutir futebol com mulher, tem que se foder!
Anónimo disse…
Isso é que é ter medo da mulher!!!
Professor Boro disse…
Voces nao entendem nada de amor...
Terezina quando ligou para o marido, quis consolá-lo e estava dizendo:
- Alo? Aylzo, sou eu, Te...
- Sim..., disse resignado.
E entao ela aproveitou e perguntou:
- Viu quanto foi o jogo?
Na verdade verdadeira, ela ligou para dizer:
- Alo? Aylzo, sou eu, Te... te... te... Te Amo!!!