Deus existe?

Saída à noite após um expediente bem longo e chato, a ligação para a mulher.
“Vou sair para tomar umas cervejinhas com o pessoal do trabalho, não se preocupa”, diz Nivairdo. “Não sei a hora que vou voltar, mas não devo demorar porque amanhã de manhã tenho médico”.

Entre discussões calorosas sobre os folgados, as cagadas e as mulheres do escritório, vem o tema da noite. “Deus existe?”. Sim, a cerveja está bem gelada, o clima está aprazível e acima de tudo ele sabe que avisou a mulher para onde foi. Ser sincero acima de tudo.

Às 3h da matina, Nivairdo abre a porta da sala. Segura o chaveiro com o pouco de força que ainda lhe resta para não bater na porcaria da madeira da porta. Tudo para evitar acordar a mulher. Eis que logo depois de trancar, vem o inevitável. Aparece o imponderável.

“Aaaaaaaaaaaatchim!”. E não pára por aí. Mais dois, e dos fortes! A porta do quarto abre e só o olhar de Oplínia já diz tudo.

Se Deus existe, ele estava sentado no seu sofá só para ver a cara de Nivairdo naquele instante. Enfim, Deus é um grande tirador de sarro.
“Agora, meu Deus, dá para o senhor liberar o espacinho aí no sofá?”, resmunga Nivairdo, já puxando o ralo cobertor para o seu lado.

Comentários

FAFÁ disse…
deus deve existir pois ainda restou o sofá não é mesmo? se fosse comigo restaria a casa da Tainá lá pros lados de São Berrrrnardo do Campo
o_argentino disse…
Qualquer semelhança com fatos ou pessoas reais terá sido mera coincidência.

Em tempo: você deveria trabalhar no cartório sugerindo nomes a pais indecisos!