Uma biografia

Ela abre a porta. O rapaz tasca um beijo gordo na boca, de cara. E ainda dá uma bela apertadinha na bunda dela. Ok, ela pensa. Devo estar imaginando coisas e isto não aconteceu. Me preparei toda para ele vir em casa, me arrumei e ainda fiz o jantar.
A conversa flui. Flui pro sexo logo de uma vez. Tudo dentro dos conformes, até que a boca é aberta.
- Sabe, lá nas minhas quebradas, temos uma maneira de definir isto.
- Isto o quê?, ela pergunta, ainda tentando evitar uma conversa mais aprofundada com o novo love.
- Do que fizemos agora.
- É, e como definiriam?, questiona ela, sabendo que não deveria ter feito a pergunta.
- Mina, que bucetão!
Ela fica branca e pergunta novamente, com a certeza do que ouviu mas tendo realmente que acreditar naquilo que acabara de ouvir.
- Que bucetão!
Atônita, ela não perdeu tempo.
- Isto é pejorativo ou um elogio?
- Elogio, mina nega, claro!
De qualquer forma, ela passou a evitar aquelas quebradas a partir de então. Só por via das dúvidas.

Comentários

FAFÁ disse…
a sutilidade e o romantismo de um legitimo orangotango
o_argentino disse…
por isso que lá na vila a gente fala: "Que buça!"... é muito mais carinhoso...
o que é elogio para uns pode não ser elogio para outros. posso apostar que ele achou que estava abafando!