- Estamos na Paulista, não estamos?
- Estamos, sim.
- Estamos quase atravessando a Brigadeiro e indo em direção da Consolação, certo?
- Certo.
- E que horas são agora?
- Umas sete da noite.
- E qual dia da semana?
- Sábado.
- Então como explicar aquela luz amarelada vindo em nossa direção?
- Será que é um trem?
- Como um trem. Estamos na Paulista!
- Não, eu me refiro ao trem do Raul Seixas.
- Que trem, meu Deus?
- O trem das 7, aqueles que para muito é o trem que representa a morte.
- Será?
- Pode ser, afinal o que mais poderia ser? E olha só, ele está botando luz em alta bem em nossa direção.
- Puxa vida, será que vamos morrer aqui, agora, hoje, sem ao menos realizar mais um de nossos sonhos?
- Será que ele vem buscar a gente mesmo?
- Acho que sim, ele está bem na nossa direção, meu amor.
- Então, querida, me desculpa por tudo o que fiz, pelas nossas brigas.
- Desculpa por eu não ter te escutado mais, pelos ataques de ciúmes...
- Olha só, ele está chegando, vou reduzir a velocidade um pouco agora que acabei de passar a Brigadeiro.
- Tá bem, tá bem.
- Meu Deus, ele está parando também.
- Espera, o que será?
- É um carro!
- Como assim um carro? Mas não é nem a polícia. E também não está correndo da polícia.
- Um carro, destes grandões. Eu não estou acreditando! E agora ele resolveu parar e olha só!
- Putaquepariu! Ele tá subindo na guia.
- Meu Deus!
- Caralho, como vou contar isto para alguém?
- Ninguém vai acreditar na gente.
- Não mesmo, ninguém vai acreditar que um carro andou um quarteirão inteiro na Paulista na contramão e bem na nossa direção.
- Então, o melhor é a gente fingir que nunca viu isto.
- Apagar de nossas memórias?
- Isto, temos que esquecer. Isto não vai fazer bem para gente. Vão nos chamar de doentes, loucos, esquizofrênicos, malucos.
- Tem razão, tem razão. Vamos seguir em frente e fingir que nada disto aconteceu!
(baseado em um e somente um fato real)
- Estamos, sim.
- Estamos quase atravessando a Brigadeiro e indo em direção da Consolação, certo?
- Certo.
- E que horas são agora?
- Umas sete da noite.
- E qual dia da semana?
- Sábado.
- Então como explicar aquela luz amarelada vindo em nossa direção?
- Será que é um trem?
- Como um trem. Estamos na Paulista!
- Não, eu me refiro ao trem do Raul Seixas.
- Que trem, meu Deus?
- O trem das 7, aqueles que para muito é o trem que representa a morte.
- Será?
- Pode ser, afinal o que mais poderia ser? E olha só, ele está botando luz em alta bem em nossa direção.
- Puxa vida, será que vamos morrer aqui, agora, hoje, sem ao menos realizar mais um de nossos sonhos?
- Será que ele vem buscar a gente mesmo?
- Acho que sim, ele está bem na nossa direção, meu amor.
- Então, querida, me desculpa por tudo o que fiz, pelas nossas brigas.
- Desculpa por eu não ter te escutado mais, pelos ataques de ciúmes...
- Olha só, ele está chegando, vou reduzir a velocidade um pouco agora que acabei de passar a Brigadeiro.
- Tá bem, tá bem.
- Meu Deus, ele está parando também.
- Espera, o que será?
- É um carro!
- Como assim um carro? Mas não é nem a polícia. E também não está correndo da polícia.
- Um carro, destes grandões. Eu não estou acreditando! E agora ele resolveu parar e olha só!
- Putaquepariu! Ele tá subindo na guia.
- Meu Deus!
- Caralho, como vou contar isto para alguém?
- Ninguém vai acreditar na gente.
- Não mesmo, ninguém vai acreditar que um carro andou um quarteirão inteiro na Paulista na contramão e bem na nossa direção.
- Então, o melhor é a gente fingir que nunca viu isto.
- Apagar de nossas memórias?
- Isto, temos que esquecer. Isto não vai fazer bem para gente. Vão nos chamar de doentes, loucos, esquizofrênicos, malucos.
- Tem razão, tem razão. Vamos seguir em frente e fingir que nada disto aconteceu!
(baseado em um e somente um fato real)
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